segunda-feira, 30 de março de 2009

EROTISMO OU PORNOGRAFIA NA ARTE

“Nada humano me é estranho”.

Terêncio

Nota: Há imagens de sexo explícito




Shuvalof Painter (440-410) Foi pintor grego de vasos e ânforas no estilo figura vermelha. Oinochoe (430 a C.) Antikensommlung. Berlim. É um dos mais famosos e conservados trabalhos do artista. Num vaso de cerâmica ele representou um jovem imediatamente antes da penetração numa mulher, provavelmente uma prostituta.




Jose Francisco Goya y Lucientes (1746-1828) Pintor e gravurista espanhol. Foi pintor do rei, título máximo para um artista espanhol. Cayetana a Duquesa de Alba era mulher de rara beleza, rica, bem casada e muito prestígio. Foi amante de Goya. O pintor a retratou nua e vestida, ambas no mesmo cenário e posição. Somente a versão vestida era conhecida. A relação de Goya com a Duquesa tornou-se um grande escândalo. Cayetana foi expulsa de Madri pela rainha e o pintor ameaçado pela inquisição. Parece ter sido ela envenenada pela própria rainha. La Naja Desnuda (1799-1800). Museo del Prado. Madrid.




Gustave Courbet (1819-1887) Pintor realista francês. Com o tempo transformou-se num pintor erótico. Courbet era conhecido por sua atitude crítica à sociedade e à moral burguesa. L’Origine du Monde (1866) Musée d’Orsay É a pintura mais famosa de Courbet. Ela foi pintada sob encomenda para um colecionador turco, que a vendeu posteriormente. A tela acabou com Lacan, após sua morte, sua família doou ao Musée d’Orsay. A obra incomoda. Houve intenção de Courbet em chocar e perturbar o espectador.




Jeff Koons (1955-) Artista conceitual americano. Em 1991, Koons casou-se com a artista pornô e ativista Cicciolina. Nascida na Hungria e naturalizada italiana. A série Made in Heavens é composta por esculturas e grandes fotos dele e da sua mulher praticando sexo explícito. A teoria de Koons com as obras foi de validar a pornografia como arte. Para ele não há intenção de chamar a atenção para o sexo, mas mostrar a intimidade de um casal. Fotografia (1991) Coleção particular.




Thomas Ruff (1958-) Importante fotógrafo alemão de renome internacional. Vive e trabalha em Düsseldorf. Estudou fotografia com Bernd e Hilla Becker na Düsseldorf Art Academy. Ruff desenvolveu seu método de fotografia conceitual. Trabalhou com fotografias de prédios e retratos. Sua série mais polêmica foi Nudes, ele retira as fotos de sites pornográficos da internet as quais são digitalmente processadas e obscurecidas. Houve enorme polêmica quando da exposição dos trabalhos. Sem título. (2001) Coleção particular.

Sugestões: Gustave Courbet _ Beaux Arts Editions, 2008.

Goya _ Companhia das Letras, 2007.

Jeff Koons _ Museum of Contemporary Art, Chicago.

terça-feira, 24 de março de 2009

O ALIMENTO DA ARTE

“O alimento da juventude é a ilusão”.

René Descartes





Lucas Cranach o velho. (1472-1553) Pintor e gravador alemão. Foi o pintor da reforma luterana. Tornou-se amigo de Lutero e era artista de grande prestígio. Conseguiu exclusividade para impressão da bíblia. Adão e Eva (1531) Adão prepara se para morder a maçã, o fruto proibido, dada por Eva, ainda ano Paraíso. Eva segura outra fruta e é observada pelo mal representado pela serpente. Os animais significam a paz e ausência de violência.




Johanes Vermeer (1632-1675) Viveu sempre em Delft, Holanda. É juntamente com Rembrandt considerado os maiores nomes da pintura holandesa. Ganhava a vida como comerciante de arte. Casou-se e teve quinze filhos, o que o fez ter uma vida com muita dificuldade. Entrou para a cooperativa de pintores de São Lucas. A perfeição de suas pinturas foi enriquecida por suas cores transparentes e o adequado uso da luz. Após sua morte, foi esquecido até 1966 quando o historiador de arte Théophilo Thoré reuniu e escreveu sobre sua obra. São conhecidos 34 quadros atribuídos a Vermeer. Kitchen Maid ou Milk Maid Rijksmuseum Amsterdã. É uma pintura de gênero. A mulher concentra-se em sua função de derramar o leite, a luz entra pela janela e ilumina suas mãos.




Édouart Manet (1832-1883) Pintor e artista gráfico francês. É considerado um dos mais importantes pintores de sua época. Foi um péssimo aluno, o que o levou a entrar para Marinha. Viajou para o Brasil como marinheiro. A viagem ao Brasil despertou seu interesse pelo exótico e sua repulsa contra a escravidão. No volta, estudou no ateliê do mestre Thomas Coulene por seis anos. Abandou seu professor e começou sua carreira por contra própria. Após ser recusado por várias vezes, acabou aceito no Salão Oficial de Arte. Foi influenciado pelos pintores espanhóis. Morreu de sífilis após amputar uma das pernas. Brunch of Aspargus (1880) foi vendido para Charles Eprussi. Manet presenteou o comprador com outra pintura Aspargus. A obra pertence ao Walraf-Richartz Museun. Manet influenciou fortemente os precursores do Impressionismo.




Claes Oldenburg (1927-) Escultor americano nascido na Suécia e ligado ao movimento da Pop Art. Utiliza-se de objetos do dia a dia ampliados em seu tamanho e pintados de cores brilhantes. A comida americana industrializada e padronizada mostrada em escala maior do que o normal é um tema recorrente em sua obra. Participou da Documenta de Kassel. Pastry´Case I (1961-1962) MOMA.




Artur Barrio (Porto, 1946). Artista conceitual radicado no Rio de Janeiro. Estudou na Escola de Belas Artes. Participou da Documente de Kassel e da Bienal de São Paulo. Seus trabalhos, em geral instalações, utilizam materiais efêmeros como o sal, arroz, papel, pó de café, carvão, pão e carne. Sua preocupação é envolver o espectador na obra ao provocar reação sensorial extrema. Livro de Carne. (1078-1979) O trabalho é produzido e permanece na documentação fotográfica.

Sugestões: Artur Barrio _ Modo Edições, 2002.

Johannes Vermeer _ National Gallery of Art. Washington, 1966.

segunda-feira, 16 de março de 2009

CAMA

“Only things speak to me”.

Robert Grove





Roberto Polidori (1951-) Nasceu em Montreal, Canadá. Mudou-se para Nova York em 1969, onde trabalhou como assistente do cineasta Jonas Mekas. Em 1981, formou-se pela Universidade de Búfalo e iniciou sua carreira como fotógrafo. Trabalha para The New Yorker e Vanity Fair. Recebeu os prêmios Alfred Eisenstaedt e World Press Award (1998). Vive e trabalha em Nova York e Paris. Publicou vários livros, entre eles, After the Flood com imagens obtidas após o furacão Katrina. Houve enorme polêmica sobre elas. Fez exposições em diferentes museus do mundo, inclusive no Metropolitan Museum of Arts. As Suas fotografias são de larga escala e muito detalhada Chambre Roi, Bed of Louis XIV Château de Versailles (2007) Fotografia colorida, Nicolas Metivier Gallery.




Imogen Cunningham (1883-1976) Fotógrafa americana nascida em Portland, Oregon. Começou a fotografar em 1901. Graduou-se em Química na University of Washington, Seattle. Estudou em Berlim. Dedicou-se as fotografias de flores, retratos e do nu feminino. Foi uma das introdutoras do modernismo na fotografia americana. Aos 91 anos, realizou seu último trabalho. A fotografia em preto e branco mostra a cama desarrumada sobre a qual Imogen colocou a tesoura utilizada para obter as pequenas pontas do seu cabelo identificadas na foto para ostrar sua presença. Participou de exposições no Metropolitan Museum of Art, Institute of Arts, Chicago e Museu de Artes de São Francisco. The Unmade Bed (1957).




Robert Gober (1954_). Escultor, desenhista, pintor e fotógrafo americano nascido em Connecticut. Estudou no Middlebury College e na Tyler School of Art, Roma. Seus trabalhos enfocam o corpo humano, objetos domésticos e cotidianos e falam sobre infância, sexo, religião e política. Suas esculturas são réplicas perfeitas do original e feitas pelo próprio artista e seus assistentes. Em 1976, mudou-se para Nova York onde vive e trabalha. Em 2001, representou os Estados Unidos na Bienal de Veneza. Gober tem obras nos principais museus do mundo, entre eles, MOMA, Whitney Museum, Guggenheim Museum, Tate Gallery. Em 2007, fez uma retrospectiva no Schaulager Museum, Basel. A perfeita escultura de uma cama comum colocada num ambiente de arte procura criar no expectador uma tensão ou uma evocação de algo. Sem título (1986) The Museum of Modern Art, New York. .




Rebecca Horn (1944-) Artista alemã especialista em preformance e instalações. Poetiza. Estudou na Hamburg Academy of Fine Arts. Trabalhava, sem máscara, com fibra de vidro em conseqüência desenvolveu grave doença pulmonar, o que a levou a longa internação. Durante esse tempo, mudou sua maneira de fazer arte, dedicando-se as performances na qual utilizava seu próprio corpo. The Lovers Bed (1990) Lindas borboletas artificiais, ligadas a um motor, que aciona as asas, foram colocadas em diferentes locais de uma antiga cama de metal. O trabalho sugere, paixão, desejo, união sexual e lembranças.




Tracey Emin (1963-) Artista inglesa contemporânea. Estudou moda na Medway College of Design (1980-1982). Em 1984, estudou pintura na Maidstone Art College e, posteriormente recebeu o título de Mestre em pintura pelo Royal College of Art. Tracey destruiu todas as suas pinturas. Para sobreviver abriu uma loja com a artista Sarah Lucas, onde vendia camisetas, cinzeiros e bottons com a fotografia do artista Damien Hirst.

Fez sua primeira exposição individual e tornou-se conhecida. Em 1999, foi indicada para o Turner Prize da Tate Gallery com o polêmico trabalho My Bed. Sua própria cama com lençóis usados e sujos e ao lado dela estavam dispostos tudo usado por ela nos dias em que ela ficou acamada após tentativa de suicídio. Os objetos incluíam preservativos e absorventes usados, cigarros, garrafa de bebidas, etc. A artista engaja o espectador na exploração de suas emoções, expõe suas imperfeições e dificuldades, funde sua vida pessoal com seu trabalho. É uma das mais importantes artistas inglesas com obras em inumeros museus do mundo.

Tracey Emin ampliou universo de sua obra com desenhos, pinturas, filmes, vídeos, fotografias, esculturas e instalações. Representou a Inglaterra na Bienal de Veneza. Foi indicado como membro da Royal Academy of Art. Em 2008, foi realizada uma retrospectiva em Glascou, Escócia para comemorar 20 anos de carreira. My Bed (1999) The Saatchi Collection. Londres.




Tracey Emin To Meet My Past (2002) Com sua arte confessional, a artista procura estabelecer uma intimidade com o espectador. Uma cama com bordados e desenhos com fatos de sua infância e juventude. The Saatchi Collection.

Sugestões: Versailles. Robert Polidori e Jean Marie Montclos, 1991.

Robert Gober Scultures and Installations 1979-2007 _ Schaulager, 2007.

Rebecca Horner _ Guggenheim Museum,1993.

PINTORAS BRASILEIRAS FALECIDAS

“Tu e ela são a esperança da pintura brasileira. Tu no teu expressionismo, ela no seu cubismo.”

Mario de Andrade Carta a Anita Malfatti.





Anita Catarina Malfatti (1889-1964) Pintora, desenhista, gravadora e professora de arte. Foi a primeira mulher a aderir ao Modernismo. Participou da Semana da Arte Moderna de 1922. Anita nasceu com um defeito no braço direito e, mesmo com tratamento no exterior não houve melhora da deficiência. Com a morte do pai, a situação financeira familiar tornou-se dramática. Com patrocínio de seu padrinho Jorge Krug, conseguiu viagem e inscrição na Real Academia de Belas Artes de Berlim. Dedicou-se ao impressionismo. As proximidades da Guerra a fizeram retornar ao Brasil e mais adiante conseguiu ir para Art Students League de Nova York. Lá foi orientada por Homer Boss. Ao voltar ao Brasil, fez uma exposição no estilo Expressionismo. As críticas a seus trabalhos foram demolidoras, a mais severa delas de Monteiro Lobato. Estudou com Pedro Alexandrino para se adequar à arte do Brasil. Foi para Paris para aperfeiçoamento. Ao voltar, já amadurecida e segura encontrou o ambiente propício para o sucesso. Anita tornou-se professora de arte da Escola Americana e da Escola Normal Mackenzi College. A Boba (1915-1916) MAC da USP.




Tarsila do Amaral (1886-1973) Pintora e gravurista. Começou seus estudos em 1917 com Pedro Alexandrino. Em 1920, foi para Paris estudar na Escola Julien sob a orientação de Émile Renard. Conheceu Fernand Léger e Albert Gleizes sendo convidada para participar do Salão Oficial de Artistas Franceses com obra cubista de 1922. Casou-se com Osvald de Andrade. Associou-se ao movimento Antropofágico. Separou-se de Osvald. Após viagem a União Soviética, iniciou sua série social. Participou da Bienal de São Paulo por três vezes. Tarsila casou-se mais três vezes. A Cuca (1924) Numa carta à sua filha, Tarsila disse estar trabalhando em quadros com temas brasileiros. Um bicho esquisito numa mata com um sapo, tatu e outro bicho. Museu de Grenolle, França. Doação da artista




Djanira de Mota e Silva (1914-1979) Nasceu em Avaré, mudou-se para São Paulo para trabalhar como vendedora ambulante. Contraiu tuberculose e foi internada no pavilhão dos pacientes terminais no Sanatório Dória, São José de Campos. Lá, começou a prática da pintura. Teve alta curada. Mudou-se para o Rio de janeiro e casou-se com Bartolomeu Pereira, maquinista da marinha mercante. Ele morreu num ataque ao seu navio por um submarino alemão. Sozinha, foi morar em Santa Teresa, numa pensão onde encontrou o pintor Emeric Marcier com quem teve aulas de pintura. Nesse período, conviveu com outros artistas Maria Helena Vieira da Silva, Milton da Costa e Scliar. Em 1945, viajou para Nova York, teve contato com Miro, Léger e Chagal. Em 1953, viajou para a União Soviética para estudar e aperfeiçoar-se. Em 1950, casou-se com José da Motta e Silva. Participou do Salão Nacional de Belas Artes em 1942. Viajou pelo Brasil para compreender melhor seu país, o que refletiu em seu trabalho. Em 1977, o Museu Nacional de Belas Artes realizou uma grande retrospectiva. Em 1979, gravemente enferma entrou para Ordem Terceira do Carmo, onde morreu com o nome de Teresa do Amor Divino. Mural Santa Bárbara (1964) Inicialmente, construído com 5300 azulejos para homenagear os dezoito operários mortos na construção do Túnel Santa Bárbara. O mural foi transferido de uma pequena capela no túnel e está instalado no Museu Nacional de Belas Artes.

Sobre ela escreveu Jorge Amado: “Djanira traz o Brasil em suas mãos, sua ciência é a do povo, seu saber é esse do coração aberto à paisagem, à cor e ao perfume”.




Ione Saldanha (Alegrete, 1921 Rio de Janeiro 2001). Pintora e desenhista. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1940, começa seus estudos de pintura clássica com Pedro Correa Araújo. Em 1955, viajou para Europa com a intenção de estudar a técnica do afresco na Escola Julian em Paris e depois em Veneza. Ao voltar, impressionada pela simplicidade da pintura de Volpi, abandona as telas e passa a utilizar pequenas ripas de madeira e bambus, combinando a beleza das cores com a divisão dos espaços. Mais adiante, apropriou-se das bobinas de madeira como suporte. Participou da Bienal de São Paulo e do Salão Nacional de Belas Artes. Bambus (1973) Acrílica. Doação da artista MAC

Uma homenagem à Mulher em seu dia.

Sugestões: Tarsila do Amaral a modernista _ Editora SENAC, 2000.

quarta-feira, 11 de março de 2009

PAPA

“Posso mostrar-vos os troféus dos Apóstolos. Caso queiras ir ao Vaticano ou a via Ostiense, lá encontrarás os troféus daqueles que fundaram esta Igreja”.

Gaio, presbítero romano.





Yan Pei Ming (1960) Nascido em Shangai. Aos 20 anos mudou-se para Dijon na França onde vive e trabalha. Red Pope (2005). Ardoroso admirador de Andy Wharol, o artista apropia-se de figuras públicas transformando as em temas de suas pinturas. Participou das Bienais de Veneza, Sevilha e Istambul. No momento, tem individual no Instituto de Arte de São Francisco. Red Pope (2005). Coleção particular.




Maurizio Cattelan (1960-) Nascido em Pádua na Itália. Vive em Nova York e Milão. É considerado um dos mais influentes artistas contemporâneos, suas obras estão nos grandes museus mundiais. Representou a Itália na Bienal de Veneza. Cattelan não teve formação artística formal. Começou construindo pequenos móveis em madeira. Ele fez um catálogo com suas obras e idéias e enviou a várias galerias comerciais, assim deu início a sua vitoriosa carreira. Os trabalhos de Cattelan são baseados na ironia, na sátira, no humor e na crítica ao poder estabelecido, governo, Igreja, galerias etc. La Nona Ora (1999). Coleção Particular. Numa enorme sala, o meteorito quebrou o telhado de vidro e atingiu de morte o Papa João Paulo II. Coleção Particular.




Domènikos Theotokópoulos El Greco (1541-1614). Pintor e escultor grego. Nascido em Creta, onde recebeu seu treinamento em arte bizantina. Foi para Veneza, onde trabalhou no ateliê de Ticiano. Em 1570, abriu seu ateliê em Roma. Suas críticas aos trabalhos de Michelangelo criaram um ambiente desfavorável Insatisfeito, mudou-se para Toledo, onde trabalhou até sua morte. Lá teve reconhecimento e recebeu muitas encomendas. Suas características figuras alongadas, algumas vezes fantasmagóricas o transformaram num pintor único, não podendo ser incluído entre as escolas conhecidas. Portrait of Pope Pius V (1600-1610). Coleção particular.




Ticiano (1490-1560) É considerado o maior pintor da escola veneziana do Renascimento. Aos nove anos, foi enviado a Veneza para iniciar seu treinamento com Zucato, famoso por seus trabalhos em moisaco. Mais adiante, mudou-se para o ateliê de Gentile Bellini, mas foram Giovanni Bellini e Giorgiane seus verdadeiros mestres. Tornou-se imbatível na arte do retrato e perfeito na representação das cenas mitológicas e bíblicas. Pela quantidade de figuras da realeza ganhou o nome de pintor dos príncipes. Portrait of Pope Paul III and his Cousins Alessandro and Ottavio Farnese (1546). Museo Nazionale di Capodimonte, Nápoles.




Perugino (1450-1523) Pintor italiano nascido em Perúgia. Mudou-se para Florença, onde trabalhou no ateliê de Verrochio, junto com Leonardo da Vinci. Aprendeu perspectiva com Piero de La Francesca. Foi professor de Rafael. Mudou-se para Roma para trabalhar nos frescos da Capela Sistina. Perugino colocou Jesus e Pedro no centro da tela, cercado de santos e cidadãos, o grande eixo dirige o olhar para o Arco de Constantino. Apesar da simplicidade utilizada, o artista conseguiu transmitir a noção da infabilidade e autoridade do Papa sobre a Igreja. The Delivery of the Keys to Saint Peter (1481-1482) Fresco Capela Sistina, Roma.

Sugestões: Maurizio Cattelan _ Phaidon, 2000.

El Greco _ Phaidon, 1949.

segunda-feira, 9 de março de 2009

PINTORES BRASILEIROS

“Daqui fiquei vendo melhor a minha terra. Fiquei vendo Brodowski como ela é”.

Candido Portinari





Cândido Torquato Portinari (1903-1962) É considerado o pintor brasileiro mais importante e o de maior projeção internacional. Nas pequenas obras em lápis de cor ou caneta esferográfica até os enormes painéis ficaram gravadas toda sua criatividade e talento. A iniciação em arte começou em sua cidade natal. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1922, ganhou medalha de bronze no Salão Nacional de Arte. Em 1928, conquistou o Prêmio Viagem ao Estrangeiro. Viajou pela Itália, Inglaterra, Espanha e Paris, onde permaneceu até 1930. Ao voltar ao Brasil produziu uma grande quantidade de obras e o reconhecimento da crítica. Em 1962, sofreu intoxicação pelo chumbo vindo a morrer em conseqüência da doença. Mulatinha com Laço Vermelho (1943). Coleção particular. É a representação do povo de sua terra, a mulatinha no seu vestido de chita com bolinhas e laço vermelhos. Sob o comando de seu filho João Cândido Portinari, criou-se o Projeto Portinari, localizado na PUC, RJ, que fez mapeamento de toda obra do pintor e colocou disponível para os estudiosos.





Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) Nasceu em Friburgo. O lábio leporino criou para a criança grandes dificuldades. Muito jovem perdeu o pai em acidente com arma de fogo. Sua mãe casou-se com o Barão von Schilgen, o que levou a família a ir morar na Europa. Guignard matriculou-se, aos 20 anos, na Academia de Munique onde permaneceu por cinco anos. Em 1924, voltou ao Brasil e participou do Salão Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Após uma breve permanência na Europa, retornou definitivamente ao Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro. Casou-se uma vez e foi abandonado pela mulher após a morte de seu único filho. A partir daí viveu em absoluta solidão dedicando-se a pintura. Em 1944, foi convidado pelo prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubischeck para criar uma escola de arte, que muito contribuiu para o desenvolvimento da pintura mineira. Viveu com dificuldades financeiras, sendo ajudado por amigos. Participou dos Salões de Belas Artes de 1924, 1929,1939 e 1942. Suas obras mais notáveis retrataram a paisagem mineira. Noite de São João (1942) MOMA. A clara noite é iluminada e embelezada pelos balões tradicionais da festa de São João.




Ismael Nery (Nasceu em Belém, 1900. Morreu no Rio de Janeiro, 1936). Pintor, desenhista, poeta e filosofo. Veio para o Rio com a família, aos 15 anos matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1920, estudou na Academia Julien de Paris. Casou-se com a poetiza Adalgisa Nery com quem teve dois filhos. Criou um sistema filosófico chamado Essencialismo baseado em sua fé cristã. Em 1927, volta a Paris, conheceu Chagal, de Chirico e Picasso. Aderiu ao Surrealismo. Seus interesses maiores foram os retratos, auto retratos e os nus. Foi esquecido até 1965, quando teve uma participação na 8ª Bienal de São Paulo. Morreu de tuberculose pulmonar. Figura Coleção particular. Foi amigo do poeta Murilo Mendes, que selecionou e publicou suas poesias.

“Deus criou duas almas

Deu uma a Adão e outra a Eva

Deu também a Adão e Eva

O poder de criar corpos

Para herdarem as almas que Ele lhes deu.

Poema, 1932.





Iberê Bassani Camargo (1914-1994). Pintor, gravador e professor. Veio para o Rio de Janeiro em 1942 para cursar a Escola Nacional de Belas Artes. Insatisfeito com a metodologia, juntou-se a outros alunos para estudar com Guignard. Mais adiante, estudou na Europa com de Chirico e Lothe. Tornou-se professor de gravura do Instituto de Belas Artes no Rio de Janeiro. Temperamento difícil envolveu-se em uma briga e matou com um tiro seu desafeto. Participou das Bienais de São Paulo, Veneza, Tóquio e Madrid. Dinâmica dos Carretéis (1960) Coleção particular. Uma das mais valorizadas séries tem como tema os carretéis. Inicialmente eles eram apoiados em mesa com o tempo, Iberê deixa-os livres e distorcidos, quase abstratos. Em 1995, criou-se a Fundação Iberê Camargo com sua sede definitiva localizada em Porto Alegre.




Antônio Dias (1944-) Nasceu na Paraíba. É artista multimídia. Iniciou seus estudos com seu avô. Foi aluno de Goeldi. Em 1965, recebeu bolsa do governo francês. Residiu em Paris até 1968. Transferiu-se para Milão onde instalou seu ateliê. Ganhou bolsa da Simon Guggenheim Foudation para trabalhar em Nova York. Interessado nas técnicas da produção do papel foi para Índia e Nepal. Em 1988 mudou-se para Berlim e depois para Colônia. Professor da Sommerakademie für Bildende Kunst, Salzburgo. Áustria. The Tripper (1971) Coleção particular

Sugestões: Antonio Dias _ Cosac & Naify, 1999.

Iberê Camargo. Desassossego do Mundo _ Instituto Cultural The Axis, 2001.

www.iberecamargo.org.br

www.portinari.org.br

Ismael Nery 100 anos a poética de um mito _ CCBB, 2000.

Para José Ribamar.