segunda-feira, 25 de maio de 2009

AGNES MARTIN

“When I think art I think beauty. Beauty is the mystery of life. It is not in the eye it is in the mind. In our minds there is awareness of perfection”.
Agnes Martin


Agnes Martin nasceu no Canadá no ano de 1912. Perdeu o pai aos dois anos e cresceu com a mãe, mulher independente, padrão raro para a época. Isso influenciou sua própria vida. Aos dezenove anos, mudou-se para os Estados Unidos, tendo se tornado cidadã americana. Estudou arte na Columbia University e na University of New México. Trabalhou como professora em diferentes escolas de ensino médio.
Fixou sua residência no Novo México e por estímulo de uma galerista, mudou-se para Nova York, onde fez sua primeira exposição. Desapontada com o ambiente encontrado retornou aquele estado, escolhendo a cidade de Galesteo. Lá permaneceu até sua morte em 2004 numa vida dedicada às artes plásticas, à filosofia Taoista e aos seus escritos. Sua vida isolada, longe do convívio social acrescentou algo de espiritual aos seus trabalhos.
Foi relacionada ao Minimalismo, mas referia-se como pintora expressionista abstrata. Seu trabalho quer em óleo, grafite ou pastel sobre tela ou em papel chegam quase à perfeição. São grades, linhas e campos de cores elaborados com impressionante cuidado e admirável qualidade sempre procurando enfatizar a alegria e a beleza.
Em 1993, o Whitney Museum of Contemporary Art de Nova York realizou uma grande retrospectiva. Agnes Martin recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Veneza. Suas obras estão nos mais importantes museus. Ela trabalhou até sua morte aos 92 anos. A qualidade de sua obra foi uma unanimidade entre críticos e artistas.




Sem Título (1961) Coleção particular.




Stars (1963) Coleção particular.




Loving Love (2000) Coleção particular.





White flowers (1962) Guggenheim Museum. Nova York





Mountain (1960) MOMA Nova York.





Sugestões: Agnes Martin _ Whitney Museum of American Art, 1993.

terça-feira, 19 de maio de 2009

RETRATOS DE CRIANÇAS

“Children have no reservations; they are the most honest models”.

Loretta Lux. Fotógrafa.



Cornerlius Ketel (1548-1616) Pintor maneirista holandês. Foi poeta, orador e escultor. Estudou na França onde pintou cenas históricas e mitológicas. Trabalhou em Londres e em Amsterdam e tornou-se um mestre em retratos. Seu quadro The Company Of Capitain Rosecans serviu de inspiração e modelo para a Ronda da Noite de Rembrandt. Double Portrait of a Brother and Sister (1604) mostra uma perfeita representação de duas crianças da realeza em seus trajes de época. Museum Mayer van der Bergher. Antuérpia.




Peter Paul Rubens (1577-1640). Pintor flamengo. Aos quinze anos, já era aprendiz de pintura. Seu mestre Otto van Veen exerceu enorme influência sobre ele. Homem de grande cultura mudou-se para Itália, sob o patrocínio do duque de Mântua. Foi nomeado por ele embaixador na Espanha, desempenhou suas funções com grande competência ajudando a selar a paz entre Espanha, Itália e França. Foi professor de Brueghel e Van Dyck. Tardiamente, voltou para Antuérpia, onde morreu. Realizou gigantesca obra. Foi artista de grande sucesso e acumulou enorme fortuna. Child with Bird (1616) Staatliche Museen, Berlim. O modelo seria o primeiro filho de Rubens, Albert. Sobre um fundo escuro, Rubens retratou um belo e saudável menino utilizando pequenas variações de cores e tons, tendo em suas mãos um pássaro domesticado. O pássaro significa a alma ou a fragilidade vida.




Mary Cassat (1844-1926) Pintora impressionista americana. Graduou-se na Academia de Arte da Pensilvânia. Mudou-se para Paris, onde se ligou ao Impressionismo. Conviveu com Manet, Monet, Degas, Morisot, Renoir e Pissaro. Foi casada com Degas. Participou de inúmeras exposições em Paris. Foi reconhecida como a mulher mais importante do Impressionismo. Spring Margot in the Garden (1900).Metropolitan Museum of Art. Nova York.




Robert Mapplethorpe (1946-1989) Fotógrafo americano ligado a Pop art.

Graduou-se em Belas Artes no Pratt Institute de Brooklin. Suas primeiras fotos foram com uma câmera Polaroid, auto-retratos e retratos de amigos. Com uma nova máquina, passou a produzir grandes fatos em preto e branco de artistas, estrelas de cinema, personalidades públicas e membros de grupos adeptos do sexo sado masoquista. Mais adiante, se interessou pelos nus femininos e masculinos, estátuas clássicas, flores e fotografias de parceiros sexuais, especialmente negros, em poses sensuais. Homossexual assumido freqüentava o submundo do sexo em Nova York, onde encontrava seus modelos. Teve um relacionamento amoroso com a cantora Patti Smith com quem dividia um apartamento.

Morreu de complicações da AIDS. Deixou a fundação Robert Mapplethorpe para apoiar museus interessados em fotografia, jovens artistas e pesquisas para cura da AIDS. Rosie (1976). A figura de uma criança de três anos em que a genitália esta exposta causou enorme polemica. Livros e exposições foram censurados. Rosie fez parte da Perfect Moment Collection. Para Mapplethorpe a fotografia tem intenção estética e não sexual. Ele recebeu o apoio da mãe da menina, presente na hora da foto.




Loretta Lux (1969-) Waiting Girl (2006) Coleção particular. É o trabalho favorito da artista. A menina e o gato estão congelados no tempo esperando a eternidade. A modelo é filha de uma amiga. O gato foi inserido por ser seu animal preferido. O cenário e as intervenções digitais são feitas vagarosamente até satisfazer a artista. Loretta é uma famosa fotógrafa alemã conhecida por seus retratos surrealistas de crianças. Graduada pela Academy of Visual Arts de Munique. Vive e trabalha em Mônaco. A artista executa seu trabalho usando uma composição de fotografia, pintura e fotografia manipulada digitalmente. Suas obras estão em vários museus: Guggenheim, MOMA Los Angeles, Art Institute Chicago, J.P. Getty Museum e Reina Sofia.





Sugestões: Mary Cassat A Retrospective. _Beaux Arts, 1986.

Rubens _ Phaidon, 1996.

The Robert Mapplethorpe Foudation _ www.mapplethorpe.org.





Para Helena, Brenda e Cacau.

sábado, 9 de maio de 2009

MARIA MÃE DE JUSUS

“Eis-me aqui em Portugal

Nas terras onde nasci.

Por muito que goste delas

Ainda gosto mais de ti”.



Atribuído a Fernando Pessoa. Escrito aos sete anos para sua mãe.



Homenagem às mães.





Simone Martini (1280-1334) Pintor italiano nascido em Siena. Foi aluno de Duccio o maior artista da escola de Siena. Simone Martini introduziu a técnica do afresco em sua cidade. Annunciation with Two Saints (1333) A virgem está sentada num trono real e o vaso ocupa seu próprio espaço colocado no chão. O perfeito drapeado do manto de Maria contrasta com a representação linear do Arcanjo Gabriel. Galeria Uffizi.




Cimabue (1240-1302). Pintor florentino. Executor de mosaicos. Madona de Santa Trinità ou Maestá. (1280-1285) Galeria Uffizi. Foi pintada para a Igreja de Santa Trinità. A Virgem e o menino estão sentados no trono ornamentado e cercado de anjos. Abaixo, estão quatro profetas. Cimabue procurou fugir do estilo bizantino com a tentativa de colocar as figuras num espaço tridimensional. As folhas de ouro utilizadas na elaboração da pintura davam maior claridade à imagem na escura Igreja.




Bartolomé Esteban Murillo (1618-1682). Reconhecido como um dos mais importantes pintores do barroco espanhol. Foi aluno de Juan Del Castillo. Sua pintura foi influenciada por Van Dyck, Ticiano e Rubens. Trabalhou em Sevilha e Madrid. Fundou a Academia de Desenho de Sevilha. Madonna (1655-1660) Rijksmuseum. Amsterdam.




Autor Desconhecido (1900) A Virgem apareceu na China, na vila de Donglu, onde os padres Vicentinos fundaram sua missão. Em abril de 1900, os rebeldes da Revolução dos Boxers atacaram a vila. Repentinamente, os soldados começaram a atirar em direção ao céu, local onde apareceu a figura de uma senhora vestida de branco. A aparição apavorou os soldados e eles deixaram a vila. O pároco declarou ter invocado a proteção de Maria.

Uma nova igreja foi construída no local e o pintor representou a Virgem com feições orientais e com os trajes reais da imperatriz Tzi-Hsi.

Os soldados comunistas controlam a igreja e seus membros.

Colaboração de Rubens Alencar.





Sugestões: Gilberto Scofield: Donglu: A cidade da Virgem Maria da China _ globo.com, 2008.

The Art of Florence _ Abbeville Press, Publishers, 1988.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Guerra Goya, Manet e Picasso

“The Third May was the first great picture witch can called revolutionary in every sense of word, in style, in subject and in intention”.

Kenneth Clark Historiador de arte.



Francisco Goya (1746-1883) Pintor e gravador espanhol. Para alguns o maior de todos. Foi elevado a pintor do rei da Espanha. El Três de Maio (1814) Museu do Prado. Goya registrou o heroísmo do povo espanhol na luta contra a ocupação do país por Napoleão. Em dois de maio, a população se rebelou e parecia ter intimidado os franceses. No dia seguinte, a reação foi brutal e um grande número de pessoas foi morto nas ruas de Madrid. O grupo da esquerda está iluminado, identificam-se alguns rostos. Alguns corpos estão empilhados A direita os soldados em seus uniformes apontam suas armas. Um homem de camisa branca em pé e de braços abertos significa o heroísmo do povo. A pintura inspirou outros artistas como Manet e Picasso.




Edouard Manet (1867-1868). Staditische Kunsthalle. Mannheim. Alemanha. Teve enorme influência nos precursores do Impressionismo.

Em 1861, Benito Juárez, primeiro índio eleito presidente do México, declarou a moratória externa.

A França resolveu invadir o México com o intuito de cobrar as dívidas. Napoleão III convenceu o arquiduque austríaco Maximiliano de Habsburgo a aceitar o cargo de imperador.

O exército francês depôs o presidente e Maximiliano tornou-se imperador em 1864.

Benito Juárez apoiado pelos Estados Unidos manteve com tropas fiéis a luta contra o invasor. Napoleão III sentiu não haver condições de ganhar a guerra e retirou suas tropas. Maximiliano tentou resistir, mas foi derrotado na batalha de Quinetaro. Preso em 15 de maio de 1867 abdicou. Oferecido a ele a possibilidade da fuga, recusou por amar o México. Foi condenado à morte e fuzilado junto com seus generais Tomás Heiga e Miguel Mesamón. Antes de morrer gritou Viva o México.

Essa é a terceira e última versão do fato pintada por Manet. Os soldados estão fardados tais como os soldados franceses, sugerindo a traição de Napoleão III, os três condenados poderiam lembrar a crucificação de Cristo ao lado dos ladrões. O chapéu remeteria a um halo santo. A obra é política




Pablo Picasso (1881-1975) Pintor espanhol. Fundou junto com Braque o Cubismo. A sua prodigiosa produção incluiu pintura, desenhos, objetos, esculturas e cerâmicas. É considerado o maior artista do século XX. Foi o primeiro pintor vivo a expor no Museu do Louvre. Massacre in Korea (1951) Museu National Picasso. Paris. Picasso baseou essa pintura nas obras de Goya e Manet. A esquerda um grupo de mulheres e crianças nuas estão encurraladas pelo grupo colocado a direita, formado de soldados musculosos fortemente armados, pintados tais como robôs. O quadro foi um protesto de Picasso contra a presença dos Estados Unidos na Guerra da Coréia.

Sugestões: Goya _ Companhia das Letras, 2007.

Manet _ Brompton Books Corp., 2002

Picasso _ Taschen, 2004.